domingo, 2 de agosto de 2015

Mateo Flecha, Bruno Kiefer e Leoš Janáček.

A sonzeira do nosso tempo

Sonzeira em geral é uma obra de rock ou de jazz... Mas, se prestarmos atenção, no campo da música de concerto rola muita sonzeira. A sonzeira clássica de hoje está sumarissimamente representada na edição do Música Clássica deste domingo, 2 de agosto, por compositores como Xenakis, Boulez, Singleton, o colombiano Ezequiel Viñao e os brasileiros Jorge Antunes, Marlos Nobre e Jocy de Oliveira. Há rios recentes de uma nova música que o futuro guardará como registros do nosso tempo: espectralismo, new complexity, música eletrônica, neotonalismo. É disso que trata o editorial de hoje.

O repertório justapõe uma peça renascentista, de Mateo Flecha e uma bem mais recente, de Bruno Kriefer. 

Leoš Janáček
Para terminar a edição, um magnífico exemplar da grande música do século XX, o último quarteto de Leoš Janáček, Páginas íntimas, composto em 1928, poucos meses antes de sua morte aos 75 anos. A inspiração foi sua paixão ardente por Kamila Stösslová. Cada movimento é uma carta de amor e o quarteto é um belíssimo testamento musical de Leoš Janáček.


Nossa conversa será com o atuante violonista já joinvilense, Marcus Llerena.


Patrocínio


Visite a fanpage do programa no Facebook: https://www.facebook.com/mcnajc

As emissões do Música Clássica na Joinville Cultural podem ser ouvidas também pelo canal da emissora na internet, em http://sysrad.net:8001/jllecultural.

domingo, 26 de julho de 2015

Guerra Peixe e Joseph Haydn.

O editorial de hoje trata de um tema proposto por José Miguel Wisnik sobre a polarização entre a música dita "de alto repertório" (que rompe com o pulso, a repetição e a linearidade melódica) e a música dita "de mercado" (fundada na melodia, no frêmito do pulso, no ritmo, no tom). Bem interessante.
No quadro sobre práticas da música clássica em Joinville, conversamos com a musicista polivalente e sempre alegre Henriette Hillbrecht.


Guerra Peixe
Joseph Haydn

O repertório traz dois compositores insignes: o brasileiro Guerra Peixe, com seu belíssimo "Tributo a Portinari", e Haydn, que não poderia faltar nesta série de programas, com o classicíssimo quarteto "A cotovia".
Quem não tem acesso ao sinal da Rádio Joinville Cultural FM 105.1 pode ouvir o programa pela rede, no canal http://sysrad.net:8001/jllecultural(clique no link para baixar o player).

sábado, 6 de junho de 2015

 O grande pianista e maestro argentino Daniel Barenboim é o autor da referência que usei para a reflexão deste domingo, 7 de junho, no editorial do Música Clássica na Joinville Cultural. De seu livro "A música desperta o tempo" – leitura importante para músicos e ouvintes apaixonados – retirei uma passagem em que ele reflete sobre a importância do cultivo da música do presente.
 O repertório da edição é para mexer com o coração. Iniciando com o luminoso (esta é a palavra!) Concerto em dó maior para oboé e cordas do clássico tcheco Johan Stamitz, passaremos pelo vigor perturbador de "A fronteira", do compositor inglês contemporâneo Dave Heath, que também é flautista e tem participado de experiências bem ousadas no âmbito da música pop, do jazz, do rock – já tocou com Sting; e encerraremos com o romântico tardio (também inglês), Edward Elgar, com sua enternecedora Serenata para cordas.

 Antes disso, nosso quadro de hoje sobre práticas da música erudita em Joinville falará do Conservatório Belas Artes, uma das três grandes escolas de música da cidade, em extrato de uma conversa que tive com sua proprietária e diretora, a musicista Mirtes Strapazzon.
  Domingo, 6 de junho, às 23h, na Rádio Joinville Cultural FM 105,1.
  Acessível também pelo canal da emissora no endereço http://sysrad.net:8001/jllecultural (clique para baixar o player, é rápido e fácil).

domingo, 24 de maio de 2015

A sagração da primavera.

O Música Clássica traz como peça principal a suíte de balé de Igor Stravinsky, "A sagração da primavera", obra que marcou a história da música ocidental com sua estreia turbulenta em maio de 1913.

Para preparar o espírito, teremos uma rápida reflexão de Aaron Copland sobre o ritmo. Ouviremos também "La campanella", de Franz Liszt (com o pianista russo Egveny Kissin) e o belíssimo "lied" contemporâneo de Philip Glass, "Freezing", na voz cristalina de Linda Ronstadt.

No quadro sobre práticas da música clássica em Joinville, conversaremos com Henriette Hillbrecht sobre o Quarteto de Sopros Joinville.


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Diálogo entre clássico e jazz no próximo domingo.


André Mehmari, pianista e compositor brasileiro
Às 23h do próximo dia 3 de maio, vai ao ar uma edição especial do Música Clássica na Joinville Cultural, explorando a interface entre as práticas do jazz e as da música chamada clássica.

Na mesma edição, teremos uma conversa sobre práticas da música erudita em Joinville com a pianista Marisa Toledo, professora da Escola de Música Villa-Lobos e integrante do grupo Saraus Brasileiros, juntamente com seu companheiro, o flautista e saxofonista Cláudio Morais. A escolha de Marisa Toledo está ligada ao tema do programa, abordado no editorial: a região de convergência entre o clássico e o jazz, que se conhece como third stream e que, no Brasil, está se costurando também com a bossa nova.
Kurt Weil (1900-1950), parceiro musical de Bertolt Brecht
No repertório da edição, dois músicos respeitáveis – um brasileiro, vivo e ainda muito jovem e atuante, e um alemão falecido em 1950 – , cujas obras transitam nessa região em que se abraçam ou se engalfinham o jazz e o clássico: André Mehmari e Kurt Weil, que trabalhou nos palcos com Bertolt Brecht.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Edição de 26 de abril: Messiaen, Pärt e Krebs.

Arvo Pärt


O repertório do Música Clássica do próximo domingo traz, na sua primeira parte, duas peças de grande beleza, ambas compostas no século XX: uma parcial do "Quarteto para o fim dos tempos", de Olivier Messiaen e o quase doloroso (de tão bonito) "Spiegel im Spiegel", do grande Arvo Pärt, compositor estoniano ainda atuante.

Johan Ludwig Krebs Para aliviar a tensão dos que têm dificuldade em apreciar a música do presente, convidamos um compositor barroco, do início do século XVIII, Johan Ludwig Krebs, que foi aluno de Johan Sebastian Bach e era por este altamente considerado. Uma das particularidades da música de Krebs é que ficou à sombra na sua época, porque ele não conseguiu abraçar o espírito contemporâneo do seu tempo.

Olivier Messiaen

No quadro Música Clássica em Joinville conversamos com o maestro Rafael Daniel Huch, fundador e regente da jovem Orquestra Prelúdio, bem como de três corais luteranos da cidade e do Coral da Sociedade Cultural Lírica.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Edição de 19/04/2015.

O Música Clássica vai ao ar aos domingos, às 23h, na FM 105,1. Pode ser ouvido também pelo canal da Rádio Joinville Cultural na rede, em http://sysrad.net:8001/jllecultural. Curta a fanpage do programa no Facebook: https://www.facebook.com/mcnajc



Música popular? Música erudita? O tema do editorial deste domingo é essa tensão desnecessária entre práticas da música erudita e práticas da música popular, que mais atrapalha do que contribui para o desenvolvimento da música do nosso tempo. Aproveitei um texto de Rafael Thomaz, do grupo Algaravia, para pensarmos um pouquinho sobre a desimportância dessas fronteiras que tendem a se estabelecer dentro das escolas de música e nos meios profissionais em geral.

No quadro Música clássica em Joinville conversamos com a professora Patrícia Macedo, que vem coordenando nos últimos anos a Escola de Música Villa-Lobos. Ela nos dá informações interessantes sobre esse patrimônio da formação musical na cidade. Sobre a EMVL conversei também com outros professores e musicistas. Extratos das conversas serão publicados em breve aqui no blog.


No repertório, ouviremos uma peça de Éric Satie transcrita por Darius Milhaud; uma parte do Rodeo, de Aaron Copland regida por ele mesmo numa gravação feita pouco antes de sua morte, e, de Canteloube de Malaret, um de seus enternecedores Cantos da Auvergne gravado em 1983 na voz comovente da soprano neozelandesa Kiri Te Kanawa, hoje com 70 anos.

domingo, 12 de abril de 2015

Repertório e citações musicais da edição de 12/05/2015.

JOHN ADAMS: Shaker Loops - Shaking & Trembling. London Chamber Orchestra.

ANTON WEBERN: Concerto Op. 24 III. Sehr Rasch.

CARLOS GOMES: Sonata - IV mov: O burrico de pau, com a Camerata Dona Francisca.

RUSSEL DUNBURG: Spiritual for strings.

JOSEPH HAYDN: Piano trio no 39, em sol maior.

FRANZ SCHUBERT: Quinteto para piano em Lá maior, A truta.

terça-feira, 17 de março de 2015

Créditos

Pesquisa, roteiro, locução, edição e criação gráfica:

Borges de Garuva.


Locução adicional e assessoria na gravação das partes fixas e editoriais:

Guilhermo Santiago (Estúdio Royes).


Agradecimentos:

Alexandre Leão, Claudenor Fávero, Douglas Hahn, Fabrícia Piva, Henriette Hillbrecht, Jair Correa, Katia Siqueira, Lucy Mary Costa Leão, Marcos Figueiredo, Marcus Llerena, Marilene Ott Sprogis, Marisa Toledo, Mirtes Strapazzon, Patrícia Siridakis Macedo, Rafael Daniel Huch, Raimundo Bernardes, Rosenete Eberhardt Llerena, Vera Maria Zen Zucco, Voldis Eleasar Sprogis.


Agradecimentos ainda a:

Guilhermo Santiago, Maria Fortuna (minha administradora) e à Rádio Joinvile Cultural, razão desta iniciativa.

Proposta

O Música Clássica na Joinville Cultural é um programa em 20 edições concebido para ser veiculado semanalmente na Rádio Joinville Cultural FM 105,1 – emissora pública educativa da Fundação Cultural de Joinville. Cada edição tem 60 minutos e abrange, de maneira tanto quanto possível informativa e didática, a história da música ocidental – incluindo a brasileira – da Idade Média aos séculos XX e XXI.

Trata-se de um aproveitamento das 9 edições do programa Música Clássica e das 11 edições do Música de Concerto, que foram ao ar pela Rádio Joinville Cultural em 2012. Esses programas foram inspirados em emissões das rádios France Culture e France Musique. Também respondiam – negando ou aproveitando – aspectos da programação de música clássica em rádios brasileiras, tais como os podcasts da Rádio MEC, o trabalho de Carlos Siffert na Rádio Cultura FM 103.3 de São Paulo e a interessante abordagem que Valdir Lopes de Figueiredo faz da história da música erudita em seu A música no tempo (atualmente com mais de 400 edições) veiculado por diversas rádios de São Paulo e pela Rádio Clássica.

Quando comecei a produzir os programas de 2012, alguém me disse: "Só cuida pra não encher de texto as apresentações". Pois foi o que fiz: ouvi, pesquisei e procurei ler dentro de mim e na história da música alguns elementos mínimos para contextualizar compositores, obras e movimentos. Ou seja, produzi textos, muitos textos – alguns deles até bonitos – que convido os ouvintes a ouvirem para melhor receberem as obras e partirem para suas próprias reflexões e pesquisas.

Por que propus o programa?

Canções me fascinam desde menino. Mas, foi na adolescência que descobri o outro lado da música. Bem diversa daquela de todas as horas, que ouvia no rádio, cantava na igreja, na escola, nos acampamentos e que tentava tocar no bandolim, essa outra música era chamada por muitos (inclusive, sim, alguns professores) de "música pra dormir".

Como dormir com essa música?! Ela me despertou numa certa manhã do outono de 1965 – era uma das suítes Música aquática de Händel – e me transportou para uma espécie de universo paralelo do qual nunca mais abri mão: a linguagem dos sons.

Tornei-me estudante de música. Se não resultei músico, virei um bom ouvinte.

Gosto sobretudo da música de hoje. Mas, me fascinam as obras do patrimônio que herdamos dos séculos anteriores, inclusive aqueles vestígios remotíssimos da música dos nossos ancestrais, que os pesquisadores têm conseguido reconstituir nos últimos anos.

Depois que descobri a atitude necessária para ouvir a música do presente, comecei a sentir que ela me fala mais fundo, porque usa um vocabulário sonoro que só se tornou possível hoje – que jamais pôde estar ao alcance dos compositores e ouvintes do passado.

Foi um pouco pelo desejo de compartilhar esta percepção com outros apaixonados pela música que uns chamam de "clássica", alguns de "erudita", outros de "música de concerto" – designações que adotei sem maiores questionamentos – que realizei o projeto Música Clássica na Joinville Cultural. Este indicador de compositores, de obras e de ideias é minha singela contribuição para promover esta outra música, que embala não o meu sono, mas a minha mais gratificante vigília.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Edição de estreia (no domingo 15 de março).

Tema do editorial

Como a música captura nossa imaginação.
Entrevista

Raimundo Bernardes e Claudenor Fávero, violonistas que idealizaram o projeto A nova música antiga de Joinville.
Repertório

  • Belicha. Estampida anônima do século XIV. Com Pierre Hamon (flauta doce).
  • Valsa de esquina no 12. De Francisco Mignone, com Arthur Moreira Lima (piano).
  • Rêverie. De Claude Debussy. Com a Orquestra de Câmara da Europa. Solistas: James Galway (flauta) e Marisa Robles (harpa).
  • Concerto em sol maior para piano e orquestra. De Maurice Ravel. Com a Orquestra Sinfônica da Rádio Ljubiljana. Solista: Mee Chou Lee (pianista coreana).

Citações musicais usadas como fundo
As peças aqui listadas foram utilizadas em passagens ilustrativas durante o programa. Os links para o Youtube nem sempre funcionarão, porque em geral são transitórios, mas outras versões podem ser pesquisadas por seus títulos e/ou compositores. Citações sem link foram extraídas de CDs de minha discoteca.

  • Estampie, do CD "The last of the troubadors" (2010), de Arany Zoltán. Medieval music.
  • Laune der Natur. Pepi Prantle (1936). Do CD "A nova música antiga de Joinville".
  • Sinfonia tropical. Francisco Mignone (1958).
  • Clair de lune. Claude Debussy.
  • Concerto em C para violão e cordas. Antonio Vivaldi.
  • Allegro da Sonata em Fá Maior. Georg Friedrich Händel. Com Yves Castagnet (órgão) e Jocelyn Daubigney (flauta). Do CD "Flute & orgue à Nôtre-Dame de Paris" (EPID6334103).
  • Acordes finais de "Metamorphosis", de Philip Glass, com Branka Parlic ao pinao.